A Sombra do Farol Antigo

O vento uivava forte na costa enquanto Helena observava o farol abandonado da sua cidade natal.

Desde criança, aquele lugar carregava histórias de mistérios e desaparecimentos inexplicáveis. Naquela tarde cinzenta, sentiu uma atração irrefutável para investigar, mesmo sabendo do alerta dos moradores sobre perigos antigos que rondavam o local.

Com a mochila nas costas e uma lanterna na mão, desceu a trilha escorregadia rumo ao farol que, há décadas, deixara de funcionar.

Ao entrar, percebeu um silêncio pesado e um cheiro estranho de umidade misturado com algo metálico. As paredes estavam cobertas de desenhos riscados, quase como símbolos, e no chão, marcas de passos recentes.

Helena sentiu um calafrio quando percebeu que não estava sozinha. Uma sombra passou próxima, rápido demais para se distinguir sua forma.

Decidiu seguir a passagem estreita que levava para o topo, mesmo com o coração acelerado. No caminho, encontrou objetos que pareciam pertencer a alguém que morava ali, como um diário rasgado e uma pequena caixa trancada.

Quando alcançou o farol, as nuvens começaram a dispersar, e uma luz tênue do pôr do sol tocava o mar agitado abaixo.

Sem entender exatamente o porquê, Helena abriu a caixa e descobriu cartas antigas escritas por um faroleiro que relatava encontros com visitantes misteriosos e segredos guardados sob a luz do farol.

O mistério permaneceu sem respostas claras, e Helena desceu o farol com a sensação de que algumas histórias talvez devam permanecer no escuro para proteger o que é valioso.

Ela voltou para casa com perguntas sem resposta, mas com a certeza de que a aventura mudou sua maneira de ver o passado e o silêncio que ele deixa.