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Quando Clara decidiu reorganizar a casa onde cresceu, não esperava que uma simples caixa de fotos antigas mudasse o curso de sua tarde.
No sótão empoeirado, encontrou um retrato de família que não reconhecia completamente. Além dos seus pais e irmãos, havia outra figura, um homem sorridente segurando um violão, cuja identidade era um mistério para ela.
Intrigada, Clara levou o retrato para a sala e passou horas questionando sua mãe ao telefone. A mãe hesitou antes de revelar que aquele homem fora um tio-avô que desaparecera ainda jovem, deixando poucas memórias e muita especulação.
Curiosa e determinada, Clara buscou antigos documentos e conversou com vizinhos da família para juntar pistas. Descobriu que o tio-avô tivera uma carreira musical breve, interrompida por circunstâncias nunca explicadas.
O esforço de reunir esse passado gerou mais perguntas do que respostas, mas trouxe um novo entendimento: algumas histórias familiares são fragmentos em constante reconstrução, carregados tanto de ausência quanto de presença.
No fim do dia, Clara guardou cuidadosamente o retrato ao lado de outros, sabendo que, às vezes, manter o mistério é tão importante quanto desvendar a verdade.
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