Cartas sem Destino

No café da esquina, um barulho suave anunciava o início da manhã. Sofia, uma jovem estudante de literatura, decidiu entrar para tomar um café antes da aula.

Enquanto aguardava, percebeu uma caixa velha em cima da estante. Curiosa, abriu e encontrou várias cartas envelhecidas, escritas à mão. Algumas tinham poemas, outras declarações de amor cheias de emoção.

Intrigada, Sofia começou a ler uma carta que falava de um amor não correspondido e de encontros que nunca aconteceram. Estava claro que alguém havia guardado esses sentimentos sem que o destinatário soubesse da existência deles.

Dias depois, a jovem voltou ao café para continuar sua leitura. Logo percebeu que aquelas cartas faziam parte de um jogo antigo para demonstrar afeto em segredo. Era como se os sentimentos se tivessem perdido no tempo.

Decidida a entender mais, Sofia escreveu uma carta inspirada nas mensagens que leu e deixou na caixa, sem esperar resposta. Ela sentiu que, mesmo sem saber o destino, aquela forma de expressar amor tinha uma magia especial.

No entanto, um dia, encontrou uma carta nova. Não havia remetente, apenas palavras que refletiam a esperança e a coragem de revelar sentimentos.

Sofia sorriu, percebendo que o silêncio entre as palavras também podia abrigar muitas histórias. Aquele pequeno ritual no café trouxe algo inesperado, mostrando que o amor pode existir de muitas maneiras, até mesmo nas cartas que nunca chegam a um destino certo.

Ela continuou a visitar o café, deixando e encontrando cartas, vivendo um romance escrito por mãos desconhecidas, onde o mistério era parte da atração.

O amor não era uma certeza, mas uma experiência delicada e bonita que permanecia viva dentro de cada palavra escrita e lida ali.